segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ex-alunos da Metodista comentam sobre a profissão


A Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo abriu o 7º Encontro de Jornalismo nesta segunda feira, com os convidados Ana Caroline Castro e Camila Moglieri Marconato (Globo Rual) e Leandro Mota (Rádio CBN), jornalistas formados pela Universidade. A palestra teve como mediador Jorge Tarquini, professor da Fajorp.

O intuito dos convidados foi contar um pouco da rotina profissional de um jornalista. A palestra foi iniciada por Ana Caroline Castro, editora e produtora do programa Globo Rural.

Ela disse que optou pelo curso de jornalismo porque gostava muito de ler, de escrever e de história. No decorrer da faculdade, aprendeu mais sobre o que é ser realmente jornalista e se apaixonou pela profissão. Formada pela Metodista de São Paulo em 2001, estagiou na Época por quase um ano. Depois disso, trabalhou na revista Pesca e Cia, onde fazia parte de todos os processos de produção. Trabalhou um mês no Diário do Grande ABC e logo depois entrou na Rede Globo.


“Nunca quis fazer telejornal, até tinha preconceitos com a área, mas prestei todos os programas de seleção e fui contratada”, declarou Ana Caroline sobre sua entrada na Globo.

Segundo a jornalista, o estágio da Rede Globo era muito gratificante, pois, tinha um programa muito atraente e abrangia todas as áreas do jornalismo, desde a rádio-escuta até mesmo a ida para a rua. “Perdi o preconceito e acabei até gostando.

O telejornal não é detalhista e profundo, mas acaba sendo mais eficaz, pois usa todos os sentidos através de imagens e sons”, disse.

Ana Caroline concluiu dizendo que já pensou em desistir várias vezes e que tem um plano B: fazer mestrado na Universidade Metodista de São Paulo e pensa em ministrar aulas no futuro.

Jornalismo Versátil
Leandro Mota, formado em 2005 pela Metodista, com apenas 24 anos já cobriu grandes eventos esportivos, como os Jogos Pan Americanos do Rio de Janeiro e a Olimpíada de Pequim.

Leandro, que nunca sonhou em ser jornalista, realizou o sonho de “vinte entre dez” jovens, segundo Tarquini: cobrir uma olimpíada. “Foi um prêmio ser um dos cinco escolhidos [pela CBN] para ir para Pequim”, disse. “Ver o ouro das meninas do vôlei foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida”.

Quando perguntado sobre a importância do diploma no mercado de trabalho, todos os participantes da mesa concordaram que a faculdade tem papel fundamental na formação do profissional. Leandro completou dizendo: “O mercado é uma selva, ficam os melhores (...). O diploma serve para te selecionar”.

O jornalista, que já passou por diversas editorias (política, econômica e policial), falou que é muito importante a versatilidade para evitar frustrações e facilitar a adaptação nos diversos veículos.


A próxima palestrante, Camila Marconato, que como Ana Caroline trabalha no Globo Rural. “Nunca quis ser outra coisa que não jornalista”, afirmou a jornalista. Começou cedo a ler jornais e revistas, o que já foi um preparo para sua carreira. Segundo ela, ser jornalista é vocação.

Era professora de inglês e teve problemas para abrir mão de seu salário para estagiar na área jornalística. Seu primeiro estágio foi no terceiro ano da faculdade. De acordo com Camila, é fundamental no jornalismo ter preparação, ler, escrever e ter esse amor para superar o que você tem que abrir mão.

Trabalhou no Diário do Grande ABC. “Foi uma experiência muito enriquecedora, a carga era grande, mas me ajudou a entrar em outros processos seletivos.”

Participou da cobertura do caso 11 de setembro, dos 450 anos da cidade de São Paulo, dos casos da FEBEM e sua última grande matéria foi a Série dos Tropeiros apresentada no Globo Rural.

Seu objetivo era a rádio e não tinha interesse pela área de TV. “A TV parece um bichinho que vai te mordendo e te conquista de uma hora pra outra”, declarou Camila

Foi para a Rede Globo, como estagiária e passou por vários programas. Seu objetivo de carreira é ser repórter. “Abro mão da TV porque gosto da rua.”

Foi chamada pela Abril, mas recebeu uma proposta de continuar na Globo como mão de obra temporária. Conseguiu vaga no programa Globo Rural, onde está até hoje. “Sofri muito nessa época. Meu contrato era temporário, então eu tinha emprego, mas não tinha.”

Camila disse que nunca se interessou pelo tema da agropecuária antes, nem sabia nada a respeito quando entrou no Globo Rural. Segundo ela, sua maior realização como repórter foi a Tropeada transmitida pelo Globo Rural. Quando entrevistada sobre sua carreira, respondeu “O jornalismo em geral só acrescenta, cada matéria é um prazer diferente.”

A palestrante disse que o jornalista é um profissional frustrado, pois não tem tempo de se dedicar o bastante a uma matéria. No Globo Rural há um tempo melhor para apuração e reflexão.

Todos os palestrantes citaram a boa imagem da Universidade dentro do mercado de trabalho e aconselharam os iniciantes a manterem-se informados e prestarem o maior número de processos seletivos possível.

Conversa Afiada

Formado em Sociologia e Ciências Políticas, Paulo Henrique Amorim trabalhou em veículos como a revista Veja e a TV Globo. Apresentou o programa “Conversa Afiada” na TV Cultura, o qual o título deu origem ao seu blog.

Amorim iniciou a palestra falando da relação do presidente do Brasil com a mídia. “Na minha opinião o Lula tem medo da Globo”, declarou. Segundo o jornalista, a emissora exerce um grande poder de manipulação sobre os telespectadores e apresenta uma programação política tendenciosa.

Ele ainda diz que, no Brasil, a TV aberta não realiza debates de interesse público, pois não existe espaço para isso, graças ao modelo de televisão voltado ao comercial.

Para Paulo Henrique a TV é um bem público, e não pode defender ideologias políticas. “Você é obrigado a acordar com Mirian Leitão e dormir com Willian Waack”, comenta sobre os colunistas que dão opinião na TV aberta.

Definindo sua profissão, Amorim afirma que o jornalista tem que dar informações objetivas para que as pessoas possam formar opinião e exercer suas funções na sociedade.

Um comentário:

Vi Moreira disse...

O Texto ficou otimo, só faltou o professor dar o credito para o grupo.