quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A opinião do público

Ana Caroline Castro:

Para Ana Caroline o ingresso ao mercado de trabalho não é tão difícil como todos pensam. A estudante de jornalismo do 6° semestre, Jackeline Plensack, 20 anos, concordou com a declaração da Ana e afirmou: “Não é tão difícil entrar. Se você procura sempre acha onde trabalhar.” Já para aluna Aline Torrei Camargo, 19 anos, 4° semestre de jornalismo, não é fácil conseguir o primeiro emprego “tem que ter preparação. Ter conhecimento de outras áreas não torna mais fácil, mas ajuda.”

Outro ponto em destaque foi a importância do diploma para exercer a profissão devido as empresas que não querem ter vínculos empregatícios com os contratados. Assim, utilizam o produto de “freelancers” desvalorizando o trabalho e os direitos dos jornalistas. “É um mercado muito competitivo e os jornais fazem isso para pagar menos”, disse Carolina Pereira Otero Rodrigues, 20 anos, aluna de jornalismo do 4° semestre.

Além do diploma é necessário ter uma formação acadêmica que abrange tanto o teórico quanto o prático. Por isso, também entrou em questão se a Universidade Metodista oferece uma estrutura adequada para a graduação do profissional, a qual Ana Caroline considera ser uma boa faculdade. Na opinião de Natália de Azevedo Salvado, 19 anos, 4° semestre de jornalismo “a estrutura prática de TV e de rádio é boa, mas a parte de impresso é falha”.

Camila Marconato:

Camila Marconato, que trabalha com produção, reportagem e edição de texto no Globo Rural, falou sobre a faculdade, os estágios, o seu trabalho no programa e a questão da importância do diploma jornalístico no mercado de trabalho.

Os espectadores deram sua opinião sobre a palestra da jornalista. Para Dagmar Silva Pinto de Castro, professora do Programa de Pós-Graduação de Administração da Metodista, “ela se colocou muito bem, pois soube abordar a necessidade de a pessoa ter uma formação. Demonstrou ser apaixonada por aquilo que faz”.

A respeito do diploma, declarado por Camila como essencial à profissão, a maioria foi unânime: ele é importante. Beatriz Farrugia, aluna do 2º semestre de jornalismo do período noturno, concorda com Camila: “Na faculdade temos a oportunidade de lidar mais com a parte técnica e a conceitual não presente no dia-a-dia”, disse. “A faculdade é quem ensina as questões éticas. Se você não aprende na faculdade, não aprende em nenhum lugar”, declarou Marina do Santos Dias, aluna do 4º semestre de jornalismo.

Já a estudante do 4º semestre de jornalismo, Marília Carneiro, mudou de opinião depois de ter ouvido a declaração de Camila sobre o certificado. “Li uma matéria na Folha e me decepcionei, pensei em largar a faculdade. Parecia que o diploma não adiantava nada. Vou fazer outra faculdade e ser fonte, escrever matérias sem ter diploma. Depois do encontro, passei a concordar com ela sobre o assunto.”

Outra entrevistada foi Margarete Vieira, professora de jornalismo da UMESP, que considerou fundamental o certificado e a faculdade na formação de futuros jornalistas.

O aluno do 2º semestre Felipe Duarte falou sobre a força de vontade da profissional, que mesmo tendo paixão pelo futebol, se dedicou a outras áreas até chegar ao Globo Rural. “Ela queria ser jogadora, chegou lá no Globo Rural, se interessou, mesmo não gostando muito.” Camila também abandonou o cargo de professora de inglês, bem assalariada, para estagiar na área jornalística por um salário bem menor.

Marília admira a coragem da jornalista, mas disse que em seu lugar não faria a mesma coisa. “Às vezes o dinheiro acaba falando mais alto, e é preciso colocá-lo na frente hoje em dia. São muitas frustrações, fica mais difícil quando se é mal remunerado.” Nina Monteiro, também do 4º Semestre, tem opinião semelhante a respeito do salário. Declarou não largar um trabalho remunerado mesmo com toda a paixão que sente pelo Jornalismo. A coragem de Camila é marca de suas conquistas.

Quando questionado sobre o papel da faculdade na formação do jornalista, o professor de telejornalismo da Metodista Fernando Vilar defendeu a importância, mas ressaltou que um profissional não depende somente do curso regular para obter sucesso. “Eu acho que é fundamental, mas não que seja uma regra que o profissional que faz faculdade esteja apto para trabalhar. Acho que a exigência não é tão grande. Mais do que o trabalho técnico, há a disciplina teórica, discussões e debates. A faculdade tem essa função”.

Marina Dias , o que ficou da palestra foi que “você deve estar aberto às oportunidades. Por mais que você não goste de um determinado assunto, você deve aproveitar, pois há pontos positivos. Você ganha experiência e isso conta no currículo”.

Leandro Mota:

Mota levantou o tema sobre a diversidade da profissão. “Ele foi muito feliz ao afirmar que jornalismo é sempre jornalismo independente da área de atuação, pois o que verdadeiramente importa é o bom jornalismo” disse Eloísa de Oliveira Ribeiro, 41 anos, professora de rádio.

Ao contrário do repórter da CBN, que cobriu as Olimpíadas de Pequim e o Pan-Americano do Rio de Janeiro, Everson Garcia, 29 anos, estudante do 4º semestre de jornalismo, não tem ambição de trabalhar no mundo esportivo. “Gosto da profissão, pois ela propicia o envolvimento com várias áreas. Prefiro política e economia. Ainda acredito que posso mudar o mundo”. Segundo Raphael Zaghi, 19 anos, aluno do 4º semestre, a pluralidade é essencial na profissão “Ainda não tenho idéia da editoria que quero trabalhar. Não quero atuar na mesma editoria a vida toda”.

Apesar de Mota ser jovem, o jornalista tem no currículo experiências comparadas à de profissionais experientes. “Eu achei ótimo, ele mostrou que apesar de jovem é possível realizar e alcançar metas” declarou Eloísa. “Todas as opiniões são válidas. Jornalistas jovens estão mais próximos do nosso universo que os mais experientes. Passaram por problemas como falta de dinheiro no início da profissão, procura de emprego nos dias de hoje, entre outros” disse Mariana Espósito, 20 anos, cursando o 3º semestre.

Os estudantes reconhecem as dificuldades da profissão. “Uma das coisas que desanima na profissão é o salário inicial” declarou Silvia Postigliori, 21, aluna do 6º semestre. “Muitos partem para a carreira acadêmica ou fazem outras faculdades” disse Tatiana Costa, 20 anos, também cursando o 6º semestre.A palestra do jovem jornalista foi bem avaliada pelos alunos. “Com certeza o encontro vai complementar nosso ensino” afirmou Camila Ribeiro, 22 anos.

Paulo Henrique Amorim:

Durante a sua palestra, o convidado definiu como tema a relação da Rede Globo e o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Funcionário do império televisivo brasileiro, ele abordou a manipulação do debate de Lula e Fernando Collor, onde o candidato do PTB teve a edição ao seu favor.

Outros relatos estão relacionados à postura de Roberto Marinho (fundador das Organizações Globo) e a submissão do presidente para a imprensa. A estudante Carolina Marcelino, do 4º semestre, achou a palestra muito boa, pois “consegui me apaixonar ainda mais pela profissão”.

Após a palestra, o jornalista abriu espaço para perguntas. Quando questionado sobre os processos da Record e a Igreja Universal (ambas do empresário e pastor Edir Macedo) ao jornal Folha de São Paulo, o apresentador ‘fugiu da raia’ e disse não ter conhecimento sobre o jurídico da emissora, fato que não agradou aos que assistiam a discussão.

Para o coordenador da Fajorp (Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas da UMESP), Rodolfo Carlos Martino, a presença de Paulo Henrique Amorim é importante, pois ele é uma figura de opinião crítica e o seu estilo de jornalismo “foge do esquemão do lugar comum”, justificando assim a presença do “observador de uma grande história”.

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